domingo, 12 de outubro de 2014

Angel of Death - Cap. 05/ Caindo

                                  Cap 5- Caindo
Justin: Calma, (seu Nome), sou eu.
(Seu Nome): Amanda quer me pegar.
Justin: Quem é Amanda? Não havia ninguém aqui.
Saí dos braços de Justin. Ele me fitava com uma confusão em seus olhos.
(Seu Nome): Desculpa, eu... O que você está fazendo no banheiro feminino?
Justin: O bar fechou e eu escutei alguém gritando no banheiro.
(Seu Nome): Fechou?
Justin: São onze horas, (Seu Nome). Esperei você no portão, mas você não apareceu.
(Seu Nome): Se o bar está fechado, como você entrou?
Justin: O bar é de amigos meus. Eles vão estudar com a gente amanhã, inclusive.
(Seu Nome): Ah. Então, o que você queria comigo?
Justin: Por que não saímos do banheiro feminino primeiro?
Sorri e ele me levou até a sala de jogos de volta. Realmente estava vazio. Não sei como todas aquelas horas passaram por mim sem eu perceber. Eu estava ficando louca? Justin foi até a mesa de sinuca e pegou dois tacos. Pegou as bolas (não essa, sua mente pervertida, as da mesa de sinuca) e colocou-as sobre a mesa.
(Seu Nome): O que você está fazendo?
Justin: Respondendo suas perguntas.
(Seu Nome): Com sinuca?
Justin: Sim. Você acerta, eu respondo. Você erra, eu peço algo de você.
(Seu Nome): Como o que?
Justin: Jogue para ver.
(Seu Nome): É injusto, eu não sei jogar.
Justin: Então tá. Boa noite, (Seu Nome).
Disse ele, fazendo menção para ir embora. Mas era minha única chance de descobrir algo dele.
(Seu Nome): Tudo bem, vamos jogar.
Ele voltou todo animado.
Justin: Comece.
(Seu Nome): Me explique as regras.
Justin: Sem regras. Você só tem que acertar as bolas na caçapa.
Olhei para a dezena de bola na mesa e foquei na vermelha. Nada feito. Ela bateu na azul e parou longe da caçapa.
(Seu Nome): Ops...
Justin: Vou dar uma chance para você. Minha vez.
Ele bateu na bola que eu tinha errado, e como se ela tivesse um imã, entrou na caçapa.
Justin: Ok. Treino. Agora vai valer.
Me deitei sobre a mesa e pude sentir os olhos de Justin sobre mim. E o leve sorriso que abriu na boca dele também. Mirei a bola amarela, mas assim como a vermelha, ela passou longe da caçapa. Se eu tivesse que ganhar dinheiro como jogadora de sinuca, morreria pobre.
Justin: Hum. – Ele disse, avaliando a situação. – Te desafio a... Soltar o cabelo.
(Seu Nome): Soltar o cabelo?
Justin: Isso.
(Seu Nome): Por que?
Justin: É o trato. Solte o cabelo.
(Seu Nome): Mas ele está todo marcado e...
Justin: Você fica bonita de cabelo solto.
A declaração me pegou de surpresa. Soltei meu cabelo.
Ele deu um sorriso e pareceu ter gostado de me ver assim. Corei ao peso de seus olhos. Ele voltou sua atenção para o jogo. Desta vez foi ele quem se deitou sobre a mesa, e então vi algo reluzir. Uma corrente escorregou para fora da camisa e brilhou sobre a mesa. Pude ler a corrente: JDB-Montreal. Ele percebeu e perdeu sua atenção, errando a bola azul e fazendo que ela passasse longe da caçapa.
(Seu Nome): Parece que eu tenho direito a uma pergunta...
Ele me olhou torto, mas riu. Por um segundo pensei ter visto dúvida nos olhos dele. Com certeza ele não esperava perder aquela tacada.
Justin: Manda...
(Seu Nome): O que significa essa corrente e por que você nunca mostrou ela?
Justin: Uma pergunta, não duas.
(Seu Nome): Tá, o que significa JDB-Montreal.
Justin: As iniciais do meu nome e a cidade de onde eu vim.
(Seu Nome): Então você veio do Canadá?
Ele me olhou desconfiado.
Justin: Isso é outra pergunta.
(Seu Nome): Então tenho que jogar novamente.
Justin: Sim, mas agora é minha vez, meu anjo.
Anjo. A lembrança de Justin com asas e depois caindo me voltou como um raio e me atingiu em cheio.
Ele pegou a bola e a acertou direto na caçapa. Depois me olhou de um jeito que parecia fazer muitas promessas.
Justin: Quero saber se você dorme nua.
(Seu Nome): Como?! – Eu disse, perguntando estarrecida.
Justin: Quero saber se você. Dorme. Nua.
Ele disse, fazendo uma pausa nas últimas palavras. Larguei o taco em cima da mesa. Como ele poderia me fazer uma pergunta dessas?
(seu Nome): Você não pode me perguntar isso.
Justin: Por que não? É o trato, não é? Você perguntou e eu respondi...
(seu Nome): Não quero mais jogar então.
Justin: Podemos mudar de jogo.
(Seu Nome): Podemos?
Justin: É só você me dizer.
(seu Nome): Então sim, mas que jogo?
Justin: Aí é surpresa. Topa ou não?
Ele disse, me estendendo a mão. Eu poderia ficar alí, jogando e tentar descobrir mais alguma coisa. Ou eu poderia ir com ele para um lugar totalmente desconhecido, jogar alguma coisa que provavelmente eu não saberia jogar. Para minha surpresa e a dele, eu peguei a mão de Justin e saímos do bar.

Justin estacionou na frente da escola. Olhei para ele sem entender e ele apenas desceu de seu carro. Eu o segui até o portão. A escola estava com as luzes todas apagadas e era possível escutar o barulho de grilos de tão silencioso que estava sem os alunos.
(seu Nome): Fim da linha?
Justin: Só o começo.
(Seu Nome): Como assim?
Ele nem me respondeu. Apenas subiu o portão e se jogou para o outro lado.
(Seu Nome): Você é louco?
Justin: Louco por quê?
(Seu Nome): Isso é ilegal!
Justin: Não é se não descobrirem...
(Seu Nome): Saia daí!
Justin: Você não vem?
(Seu Nome): Não!
Justin: Tudo bem então. Boa sorte com seu trabalho de história.
Ele disse e virou de costas para mim.
(seu Nome): Espere!
E quando eu dei por mim, eu tinha pulado o portão.


O segui pelas dependências da escola. Estava tão escuro que eu não conseguia ver nada. Mas ele se movia tão rápido e determinado que eu desconfiei que ele já havia feito aquilo antes. Paramos em frente ao galpão que logo depois eu reconheci ser o ginásio da escola. Ele deu um empurrão na porta e ela se abriu. Justin se afastou de mim por alguns segundos e logo depois ele ligou as luzes do ginásio, fazendo meus olhos arderem com a luz.
(Seu Nome): O que estamos fazendo na quadra da escola?
Justin: Viemos jogar.
(seu Nome): O que?
Justin: Basquete.
(Seu Nome): Não sei jogar.
Justin: Eu posso ensinar tudo o que você quiser. – Ele disse, com certa malícia na voz. – Eu já volto.
Ele saiu e foi para uma parte do ginásio que eu não podia ver. Quando ele voltou, quicava uma bola de basquete. Veio em minha direção e quando estava perto do aro, deu um salto e atirou a bola em direção ao cesto, acertando-o de primeira.
(Seu Nome): Nunca vou conseguir fazer isso.
Justin: Quer desistir?
(seu Nome): Não, quero um jogo justo. Por que você que tem que escolher os jogos?
Justin: Hãã... Por que sou eu que vai responder as perguntas?
Bufei e peguei a bola dele, o que o deixou surpreso, mas quando fui tentar uma cesta ele nem alcançou a altura do aro. Justin riu.
(Seu Nome): Do que você está rindo?
Mas ele pareceu não me notar e caiu no chão, com a mão na barriga. Eu estava com tanta raiva dele que parti pra cima dele e comecei a dar taopas na barriga dele. De repente, ele prendeu meus pulsos.
Justin: Menina, nunca mais faça isso.
Justin foi se aproximando lentamente de mim. Sua respiração já se confundia com a minha. Estávamos no ginásio e uma música alta começou a tocar. “we are the champions, my friend...” e então um barulho estranho começou. Abri os olhos. As paredes começaram a ruir. E então elas todas desabaram.
(seu Nome): Não!
Justin: (Seu Nome), o que foi?
Abri os olhos novamente. As paredes ainda estavam lá. O que só poderiam significar uma coisa... Eu tive uma visão. O ginásio iria desabar.