domingo, 31 de agosto de 2014

Angel of death - Cap. 03/ Incomodada



Fui liberada dois dias depois, mas ainda estava em observação. Nos últimos dias eu ficava mais no hospital do que em casa. Meu pai teve que viajar e chamou Nina para que eu não ficasse sozinha. Decidi não contar nada à Nina por um tempo, ainda não sabia se o insight de Justin tinha alguma coisa a ver com o incêndio.
(Seu Nome): Ainda não descobriram nada sobre Amanda?
Nina: Não, ela continua desaparecida.
Alguém bateu na porta e Nina foi atender. Ela abriu a porta sem jeito e dois policiais passaram por ela.
-- Senhorita Hope? – Disse um dos policiais.
(Seu Nome): Eu mesma, em que posso ajudar?
-- Meu nome é Robb e estou investigando o sumiço da senhorita Amanda. Você foi a última pessoa a ver ela, poderia nos dar algumas informações?
(Seu Nome): Eu estava indo pra aula agora, mas... Posso atendê-lo sim. Nina, vá indo que eu encontro você depois.
Nina: Tem certeza? – Ela disse, lançando um olhar feio aos policiais.
(Seu Nome): Sim, não se preocupe.
Nina fechou a porta e saiu para a escola. O policial Robb se sentou no sofá de minha sala e tirou um bloquinho de anotações.
Robb: Diga-me, do que você lembra daquele dia?
(Seu Nome): Me lembro de estar na aula quando a sineta do incêndio tocou. Todos saíram correndo, mas eu, como estava com a perna machucada fiquei para trás. Consegui me arrastar até o corredor, mas a fumaça estava forte demais. Então Amanda me encontrou e me levou para um lugar seguro.
Robb: Ela estava com alguém?
(Seu Nome): Não, estava sozinha.
Robb: E o que aconteceu depois?
(Seu Nome): Ela saiu dizendo que ia procurar se haviam outras pessoas e depois eu não a vi mais.
Robb: É só isso que você tem para me contar?
(Seu Nome): Sim, seu policial.
Robb: Muito obrigado por seu depoimento. Manteremos contato.
Depois de ser importunada pelo policial, fui para a escola. Ainda era difícil andar com a perna mancando e então chamei um táxi, já que não podia dirigir e Nina já havia ido. Quando cheguei lá, estavam todos na aula de educação física, da qual eu havia sido liberada por causa do ferimento na minha perna do acidente com Nina.
Estavam todos na quadra e o treinador Johnson estava fazendo testes para o time de basquete. Zac era o capitão do time da escola, mas parecia estar incomodado. O aluno novo, Justin, acertava todas as cestas e os olhos do treinador brilhavam. Nina sentou-se ao meu lado.
Nina: Parece que Zac não está muito feliz com o novo colega...
(Seu Nome): Você acha? – Eu disse, em tom ironico e Nina riu.
A próxima aula foi História. A senhora Lianna falava sobre as grandes navegações e confesso, que até eu que gostava de história estava achando aquilo entendiante. E pelo jeito não era só eu. Nina, que estava sentada ao meu lado, caiu em cima da carteira e roncou tão alto que chamou atenção da professora.
Lianna: Sei que vocês acham história chato... E é mesmo. Por isso, vamos movimentar isso aqui. Em primeiro lugar, vou querer que Nina acorde. – Ela disse, e deu um tapa na mesa, que fez Nina acordar assustada com um filete de baba escorrendo dos lábios amassados pela carteira.
Os alunos olharam assustados para a professora, que em geral era sempre calma.
Lianna: Nina, passe para a terceira classe atrás de (Seu Nome).
Nina: Mas...
Lianna: Sem mas! Apenas faça! – Nina pegou seus cadernos e colocou na mochila. Ela começou a gritar ordens para todos na sala mudarem seus lugares. – Justin, sente-se ao lado de (Seu Nome).
Não havia se passado dois segundos e ele já estava ao meu lado. Ele era sinistro.
Professora: A missão de vocês será investigar o passado do colega ao lado. – Justin riu-se. – Quero que vocês se empenhem, pois valerá metade da média de história. Vocês irão descobrir como é difícil ser um historiador, escrever alguma coisa e depois alguma pessoa com 17 anos cheia de hormônios zombar de sua descoberta.
Ela disse, olhando seriamente para Nina. Mas Nina não estava se importando, tinha sido colocada com Zac e para ela isso bastava – ela o amava em segredo. Me virei para meu colega para começar o trabalho.
(Seu Nome): Então... Qual é o seu nome?
Ele não me respondeu, pelo contrário, começou a escrever em seu caderno sem parar. Eu perguntei mais uma vez e nada. Então subi um pouco a cabeça, mas ele se virou. Seus olhos excessivamente dourados me olharam como se estivessem me avaliando. Mas quando eu pensei que ele ia falar algo, ele se virou novamente para suas coisas.
O sinal soou indicando o horário de almoço. Ele fechou seus cadernos e eu pude ler uma pequena parte do que ele havia escrito.
(Seu Nome) Hope
16 anos
Brasileira”
Ele saiu sem ao menos me dizer tchau, me deixando perplexa. Ele sabia meu nome... E como ele descobriu eu não sei.


Nina: Nossa... Nadinha? - Perguntou Nina à mim, quando estávamos no intervalo.
Era um dia bonito e quente. Todos comiam seus lanches ao ar livre. Eu estava sentada com Nina numa mesa perto da fonte que decorava o local. Ela carregava uma revista rosa intitulada “Power Girl” e não parava de olhar para Zac. Zac estava sentada numa mesa perto do ginásio, com o time de basquete.
(Seu Nome): Nada! A única coisa que eu sei é o nome dele. – Fiz uma pausa, pensativa – Mas tem uma coisa que eu achei muito estranha... Ele sabia meu nome, minha idade, minha nacionali...
Olhei para Nina, mas ela nem estava prestando atenção em mim. Lia a sua revista rosa e olhava para Zac e volta e meia fazia uma careta ou abria um largo sorriso. Seria bipolaridade?
(Seu Nome): Nina?
Nina levou um susto como se acordasse de um transe.
Nina: Ah, oi! Falou comigo?
(Seu Nome): Sim, mas parece que eu estava falando sozinha.
Nina: Desculpa é que... O que você estava falando?
De um sorriso para Nina. Por que eu estava importunando minha melhor amiga com aquelas coisas chatas num dia tão lindo?
(Seu Nome): Nada não. O que você está olhando aí? – Eu disse, me referido a revista.
Nina: Ah nada... Coisas bobas.
Tirei a revista das mãos dela e ela protestou.
(Seu Nome): Vinte sinais de que ele está afim de você?
Ela corou violentamente. Estava explicado porque ela olhava tanto para Zac e porque sorria ou fazia alguma careta.
Nina: E então... O que você acha?
(Seu Nome): Não sei... Bom, vamos ver. Número um: ele olha o tempo todo para você.
Olhamos para a mesa de Zac. De fato ele não parava de nos olhar. Nina abriu um sorrisão.
Nina: 1x0.
(Seu Nome): Dois: Ele dá um jeito de estar nos mesmos lugares que você.
Nina: 2x0.
Pensei em dizer para Nina que Zac estaria aqui mesmo se não gostasse dela, pois era intervalo e o dia estava quente, mas um grito de Nina de repente me acordou.
Nina: Ali, (Seu Nome)!
(Seu Nome): O que foi?
Nina: Justin.
Justin acabara de chegar e estava se sentando sozinho em uma mesa perto da gente.
Nina: Sua chance de conversar com ele.
(Seu Nome): Não quero conversar com ele.
Nina: O trabalho de história é metade da nota.
Ok, me ganhou com essa. Suspirei e peguei um dos meus cadernos. Levantei decidida; eu iria arrancar alguma coisa daquele carinha metido. No meio do caminho, porém, um súbito medo de tomou e eu parei. E se eu tivesse outra visão? Mas Nina fez sinal para que eu continuasse e sibilou entre dentes “metade da nota de história” e eu continuei. Cheguei na mesa dele e me sentei do outro lado da cadeira onde ele estava, com apenas uma mesa nos separando. Ele levantou a cabeça para me olhar e eu pude perceber que ele estava bastante surpreso pela intromissão.
(Seu Nome): Ok, seu nome é Justin. Justin o que?
...
Nada. Nenhuma resposta.
(Seu Nome): Eu sei que você fala. Você já se apresentou pra mim.
Justin: Então você já sabe meu nome.
Ele disse, numa voz incrivelmente rouca que me deu arrepio. Não deixei que ele percebesse.
(Seu Nome): Então você fala mesmo... Ok.
Ele deu um sorrisinho como se estivesse se divertindo.
(Seu Nome): Quantos anos você tem?
Justin: Mais que você.
(Seu Nome): Ótimo, estamos quase lá.
Justin: Acho que não. Acho melhor você ir para a sua aula. O professor Gold não gosta que seus alunos se atrasem.
E então, em um súbito ele se levantou da mesa e três segundos depois, o sinal soou.


Nina: Não conseguiu nada?
Ela me perguntou, logo após eu contar tudo o que havia acontecido na minha conversa com Justin.
(Seu Nome): Nada. Ele é muito irritante. Não fala nada e foge das minhas perguntas e...
Mas percebi que Nina não estava mais prestando atenção nas minhas falas. Tirei a revista das mãos dela.
(Seu Nome): “Terceiro passo: ele será prestativo.”
Nina: Essa temos que aguardar pra ver.
(Seu Nome): Ele é nosso melhor amigo, Nina. Por que você não fala com ele direto?
Nina: E ter a chance de levar um fora? Nem pensar... Quero ter certeza primeiro.
(Seu Nome): Ter certeza baseado num revista?
Nina: É o que eu tenho.
E então ela voltou para sua revista.
Nina: Acho que você deveria ir atrás dele depois da aula.
(Seu Nome): Por que eu iria atrás de Zac?
Nina: Não de Zac, mas de Justin.
(Seu Nome): Por que eu iria atrás de Justin?
Nina: Pra descobrir onde ele mora...
(Seu Nome): Por que eu iria querer descobrir onde ele mora?
Nina: Você é meia lerda às vezes. – Ela disse, dando com a revista na minha cabeça.
(Seu Nome): Ai!
Nina: Se você descobrir onde ele mora, você pode descobrir o resto sobre ele...
(Seu Nome): Como?
Nina: Você está realmente lerda hoje. E se você por acaso encontrasse a mãe dele por lá e fizesse as perguntas diretamente para ela?
(Seu Nome): Nina, você é um gênio! Mas como irei fazer isso?
Nina: Seguindo ele na saída da escola.
(Seu Nome): sem chance.
Nina: Você que sabe, pois vale metade da nota de história.
(Seu Nome): Você joga sujo.
Nina: Eu sei.
-- Vocês gostariam de compartilhar a conversa de vocês conosco? – Disse o professor Gold retirando a revista rosa das mãos de Nina. – Isso você pega no fim da aula mocinha.
E assim, ficamos em silêncio até o fim da aula.


Nina não tinha uma cara boa quando foi buscar a revista.
Nina: Esse professor é muito chato.
(Seu Nome): Pelo menos ele não leu sua revista em voz alta.
Zac estava vindo em nossa direção. Nina ficou toda vermelha.
Zac: Olá, meninas.
Nina: Oi. – Foi só o que ela conseguiu responder.
Zac: Vamos sair amanhã? Vai abrir um pub aqui perto da escola.
(Seu Nome): Claro, Zac.
E tão logo que chegou, ele saiu.
Nina: Zac é um... – Mas ela parou de falar e arregalou os olhos. – Alí, (Seu Nome)!
(Seu Nome): O que foi?
Nina: Justin!
(Seu Nome): E o que eu tenho a ver com isso?
Nina: Ele está indo embora. Vá atrás dele.
(Seu Nome): Nem pensar!
Nina: Você que sabe. Metade. Da. Nota. De. História.
(Seu Nome): Eu odeio você.
Nina: Eu sei. Vá logo. – E quando eu me afastei ela gritou - E mais tarde ligo para saber como você se foi.
Fui atrás dele, mas cuidei para que ele não me visse. Se ele percebesse provavelmente eu estaria arruinada. A casa dele ficava no caminho oposto de minha casa. Ele desceu uma longa rua e ajudou uma senhora atravessar a rua. Ora, ele era humano. Depois, parou para brincar com alguns cachorros.
Ele continuou a caminhar por longos minutos, e eu sempre achava alguma lugar para me esconder. Mas quando percebi que o sol estava se pondo, percebi que estávamos caminhando há muito tempo e que já deveríamos estar muito longe da escola. Ele dobrou uma esquina e a rua foi ficando escura. As luzes da cidade ligaram e eu percebi que já devia estar em casa há algumas horas. De repente, ele parou.
Justin: sei que está aí.
Parei, paralisada atrás de uma árvore. Com quem ele estava falando?
Justin: (seu Nome), eu sei que está aí.
Não ousei sair atrás da árvore. Há quanto tempo ele sabia que eu estava atrás dele?
Justin: Sei que está atrás da árvore. Saia.
Saí de trás da árvore com a cara mais lavada desse mundo.
(Seu Nome): Justin, que surpresa ver você aqui!
Justin: Surpresa?
Ele falava calmamente, saboreando cada palavra. Ai!
Justin: O que está fazendo aqui?
(Seu Nome): Passeando.
Justin: Ou me seguindo?
(Seu Nome): Seguindo você? Que nada!
Ele olhou para minhas mãos e pareceu notar o bloquinho.
Justin: Você ainda não desistiu?
(Seu Nome): por que você não me responde nada? Isso depende a minha nota e eu preciso de boas notas para entrar na faculdade! – Eu disse, deixando o fingimento de lado e o atacando.
Justin: Se eu fosse você, eu não gritava. Aqui costuma ser meio barra pesada.
Foi ele dizer isso e uma silhueta de um homem apareceu no final da grande rua. Ele se virou de costas para mim e voltou a andar.
As casas ficavam mais precárias à medida que avançávamos pela rua. E a iluminação também. Justin continuava a caminhar com as mãos nos bolsos e sem olhar para trás, mas de repente, ele parou.
Justin: Se eu fosse você eu andava do meu lado.
(Seu Nome): Por que eu faria isso?
Justin: Se você estiver comigo, estará segura.
Dei de ombros e continuei andando afastada dele.  A silhueta do homem foi se aproximando. Quando ele passou por mim, tranquei a respiração. A rua já estava tão escura que eu vi apenas a sombra dele.
-- Está perdida?
Quando notei, a sombra estava ao pé do meu ouvido. Parei. Tremi. Apressei o passo e fui para o lado de Justin, então a sombra me abandonou.
Justin: Boa garota.
(Seu Nome): Cale a boca.
Procurei meu celular. Sem bateria.
Ele parou novamente. Na frente de um estabelecimento com uma enorme porta e sem janelas. Sinistro. Ele abriu a porta, mas antes de entrar virou para mim.
Justin: Se eu fosse você eu entrava.
(Seu Nome): Com você? Nesse galpão? Está louco?
Justin: Louca será você se não entrar.
(Seu Nome): ah é mesmo? Não sei o que tem atrás dessa porta. Pode ser um galpão onde você leva suas vítimas.
Ele gargalhou e depois estreitou seus olhos para mim.
Justin: Vítimas? Então acha que sou um serial killer?
(Seu Nome): Um estuprador, talvez.
Ele semi cerrou os olhos novamente.
Justin: Não preciso forçar ninguém a fazer sexo comigo. Saber que uma mulher quer se deitar comigo é mais prazeroso.
E assim, ele sumiu atrás da porta.

Eu já estava alí fora há alguns minutos. A silhueta do homem que havia mexido comigo estava voltando e vindo em minha direção. Sem dizer estava começando a ficar frio. Abri a porta e entrei.
Era um bar.
Todo talhado em madeira, com uma longa aba onde se serviam os clientes. E num canto, mesas de jogos. Muitos jogos. E num delas, Justin. Na mesa de sinuca.
- Vai querer alguma coisa?
Era o cara do bar. Ele secava alguns copos e tinha uma cara emburrada.
(Seu Nome): Oi... Ah, eu gostaria uma informação.
- Dez dólares.
Eu arregalei os olhos.
(Seu Nome): O que?
- Dez dólares ou nada.
Olhei minha bolsa. Vinte dólares. Apenas o suficiente para uma pergunta e para uma corrida de táxi. Coloquei dez dólares na mesa.
(Seu Nome): Me diga o que você sabe sobre aquele rapaz. – Eu disse, apontando para Justin.
- O nome dele é Justin. Ele mora na parte rica da cidade, mas gosta de ficar no subúrbio. Os pais dele moram no Canadá e...
(Seu Nome): E?
- Ele tem um apelido estranho.
(Seu Nome): Que apelido?
- Já ouvi alguns caras o chamando de Anjo da Morte.
(Seu Nome): Anjo da Morte? Isso é uma espécie de nome de guerra?
- Se quiser saber vai ter que me pagar mais dez dólares.
(Seu Nome): Isso é um roubo!
- Como é? – Disse o barman claramente irritado.
(Seu Nome): Eu já lhe dei dez dólares.
- O caminho da porta é por alí.
(Seu Nome): E meus dez dólares?
- Saia agora. – Ele disse entredentes.
(Seu Nome): Meus dez dól...
Mas fui interrompida por braços fortes que agora me agarravam. Dois seguranças se postaram ao meu lado e me tiraram do bar a força.
(Seu Nome): Seus brutamontes!
Eu disse e cuspi no chão. Uma voz riu atrás de mim, pensei que fosse Justin, mas não era. Era o dono da silhueta.


Ele era alto, os olhos por fazer e os olhos azuis. Ele poderia até ser bonito em outra ocasião, mas havia uma sombra em seus olhos que me davam medo.
- O que uma garota como você faz nessa parte da cidade?
Ele disse, me rodeando.
(Seu Nome): Esperando meu namorado.
- É? Aposto que você não tem um.
(Seu Nome): Eu tenho, ele está dentro do bar. Eu vou chama-lo.
Mas ele barrou minha saída.
- Você não vai a lugar nenhum.
(Seu Nome): E por que não? – Eu disse, com uma súbita coragem.
- Porque agora você é minha.
Meu coração disparou e por um momento achei que iria sair pela boca. Ele passou por mim e prendeu meus pulsos contra a parede. Tive o instinto de gritar, mas ele logo tapo minha boca.
- Cala boca! Cala a boca ou irei matá-la...
-- Tire as mãos dela! – Disse uma voz atrás de nós.

E para minha surpresa era ninguém menos que Justin.

domingo, 24 de agosto de 2014

Angel of Death - Cap 02/ Brasas


Meus dias pretos e brancos, de repente ficaram coloridos, como se houvesse pintado um quadro em meus sonhos. Era como se eu estivesse lá, e ao mesmo tempo não. Enquanto tudo estava colorido, de rosa, verde, vermelho e demais cores que se possa imaginar, eu estava vestida toda de branca, com a pulseira que minha mãe me dera no meu pulso. Eu adorava aquela pulseira e não a tirava para nada. Mas aí chegou um rapaz, e com a mesma velocidade  que meu dia tinha ficado colorido, logo ele estava negro. A roupa dele era negra, mas eu apenas o enxergava do seu pescoço para baixo, não revelando seu rosto. Quando ele se aproximou de mim, eu tirei minha pulseira. Eu entreguei a ele a última lembrança da minha mãe. Eu ainda estava esperando que ele devolvesse quando ele de repente desapareceu, deixando ecoada nos meus ouvidos sua voz doce de anjo.
Me perdoa pelos meus erros. Eu te amo, não me abandona”.
Três semanas haviam se passado do acidente. Desde então, minha rotina era sempre a mesma: sonhos, pesadelos... Eu sempre sonhava que entregava a pulseira que minha mãe me dera... Como se isso fosse possível! Nunca a entregaria! E tinha mais essa: um estranho em meus sonhos. Um estranho cujo rosto eu nunca conseguia ver.
Tentei tirar tudo isso da minha cabeça. Tomei um banho demorado e me arrumei para a escola. Ainda, para ajudar, tinha a droga das minhas muletas. Isso, por que eu ainda não vi a cicatriz na minha perna.
Edward: Você pegou tudo?
(Seu Nome): Tudo sim.
Edward: Não está esquecendo de nada?
(Seu Nome): Ah, sim. – Eu disse beijando seu rosto.
Edward: Bom, isto também... Mas você esqueceu das muletas.
(Seu Nome):Ah, claro. Não vejo a hora de me livrar delas.
Edward: Amanhã você não vai mais ter que usá-las.
(Seu Nome): Graças a Deus! – Eu exclamei assim que sai do carro.
Passei duas semanas me recuperando em casa. Repouso quase absoluto. Meu pai achou melhor que eu faltasse à escola. Então, esse seria meu primeiro dia depois do acidente.
Sim, eu estava com medo. Enquanto caminhava pelos corredores, podia ouvir os cochichos sobre mim. “Como elas conseguiram sair?”, “Como ela sobreviveu?”, “Por que a perna dela está enfaixada?”... Ah sim, minha perna. Amanhã eu ainda iria ao hospital para retirar os curativos, as faixas e abandonar as muletas.
Entrei na minha sala e fiquei surpresa ao descobrir que havia uma festa em minha homenagem. A sala de aula estava decorada com balões rosa e havia um bolo de chocolate numa mesa no centro da sala. No canto, meus colegas seguravam mais balões e tinham máscaras, chapéus e apitos a todo vapor.
Nina: Bem vinda de volta! Nós sentimos a sua falta. – Disse Nina, sendo a porta-voz da turma.
Nina havia voltado às aulas uma semana depois do acidente. Ela havia escapado sem arranhões e o acidente não abalou nem o seu psicológico.
(seu Nome): Eu tenho os melhores colegas do mundo! – Disse, abraçando Nina.
Foi então que eu notei aquele cara no canto da sala. Eu nunca tinha o visto antes e ele usava um capuz deixando mais dificil qualquer reconhecimento. De fato, ele não queria ser reconhecido.
Nina: Então podemos comer o bolo? – Perguntou Nina. – É de chocolate.
(Seu Nome): É meu favorito.
Nina: Meu também.
Nina me levou até o centro da sala e eu dei um abraço em cada um dos meus colegas. Apesar do medo inicial, eu me senti confortável junto aos meus colegas e amigos.
Amanda: Eu sempre soube que você era estranha. – Disse Amanda quando chegou a vez dela. – Eu não sei como você escapou, mas eu vou descobrir. – Ela disse ao meu ouvido. – Ainda assim... Estou feliz por você. Fiquei preocupada.
(Seu Nome): Obrigada... Eu acho.
Confesso que fiquei meio zonza com a declaração de Amanda. Como ela consegue me amar e me odiar em uma única frase? O próximo foi o colega novo.
Foi então que o colega novo chegou à mim. Ele era loiro, tinhas os olhos cor de ouro, e algo me atraiu a ele naquele instante.
-- Meu nome é Justin.

Ele disse, me oferecendo a mão em cumprimento e nesse instante eu vi algo. Foi como se o toque ele houvesse me levado para outra dimensão.
Eu o vi. Era Justin, meu colega, mas ele estava voando com imensas asas douradas. Ele era um anjo, mas de repente, as asas dele sumiram e ele caiu entre as nuvens.
Quando voltei a mim, ele havia largado minha mão.
Justin: Está tudo bem?
Fiz que sim com a cabeça e disse que estava apenas zonza pelo acidente. Mas eu não estava bem. Eu tive uma visão e eu sabia o que significava: alguém estava em perigo.
 Quando a fila acabou, Nina cortou um pedaço do bolo e o entregou à mim.
Inesperadamente, o sinal de incêndio soou. Logo no dia em que eu volto...
Professora: Por favor, vamos manter a calma e usar tudo o que já aprendemos e...
Sério, ninguém mantém a calma quando está com a vida em risco. Todos começaram a correr assim que puderam. Obviamente, eu fiquei para trás. Nina foi a primeira a correr, já que estava na porta. Ela foi seguida por mais três colegas e no fim, quando todos já estavam correndo, pela professora. Sim, justo que ela que disse para mantermos a calma. E então, quando dei por mim, o último colega estava saindo.
A fumaça já estava entrando pela porta. Nesta hora queria abandonar minhas muletas. Joguei-as pra um lado e saí caminhando, devagar e dolorosamente. Cada passo era como se eu tivesse pisando em brasas, o que naquela situação era bastante irônico. Quando cheguei no corredor, a fumaça já era alta. No meio daquilo tudo, observei uma silhueta se aproximar de mim. Reuni minhas últimas forças – antes que a fumaça me sufocasse – e gritei, na tentativa que a pessoa me escutasse e me ajudasse. Mas foi em vão. Eu já estava desmaiando.
Foi então que eu percebi que estava sendo puxada e estava saindo da fumaça.
-- (Seu Nome)?!
Foi então que eu reconheci a voz...
(Seu Nome): Amanda?
Amanda:Sim. É sim. Eu vim te buscar. Você está bem? Vamos sair daqui.
Ela me apoiou em seu ombro e fomos caminhando até o segundo corredor, onde já não havia mais fumaça.
Amanda: Você consegue seguir daqui sozinha? – Ela perguntou à mim.
(Seu Nome): Consigo. – Eu respondi e me apoiei em um dos armários. Ela se virou e caminhou em direção à fumaça. – Onde você vai?
Amanda: Preciso ver se tem mais alguém na escola.
(Seu Nome): Você pode se machucar.
Amanda: Acredite em mim. Não vou me machucar.
-- (Seu Nome)?! – Uma voz ao longe procurava por mim.
(Seu Nome): Estou aqui! – Eu respondi.
Amanda: Eu vou voltar. Preciso ver se tem mais alguém. – Amanda disse e fez o caminho de volta.
-- (Seu Nome)?! – O som ficou cada vez mais forte e eu reconheci aquela voz: Nina.
(Seu Nome): Nina?
Nina: (Seu Nome)! – Ela disse, quando me encontrou. Me deu um longo abraço e me ajudou a caminhar para fora.
Eu estava tossindo pela fumaça que inalei e logo já estava sendo conduzida à uma ambulância. Fiquei alguns minutos na ambulância, esperando. Nina chegou alguns minutos depois e me deu um forte abraço.
Nina: Me desculpe. – Ela disse.
(Seu Nome): Pelo o que?
Nina: Eu corri e abandonei você.
(Seu Nome): Você estava tentando se salvar.
Nina: O que é irônico, já que você me salvou há duas semanas atrás e... E eu não fiz o mesmo por você.
(Seu Nome): Está brincando? Você voltou no incêncdio por mim e... Eu te salvei há duas semanas atrás?
Nina: Eu tenho que te contar uma coisa. – Ela pegou minhas mãos e fez um gesto para que eu ficasse calma. – Se você não tivesse visto o caminhão, eu não...
Não consegui escutar muita coisa... A escuridão me levou novamente.
Eu abri os olhos  eme deparei com um quarto todo branco. Eu estava em um hospital. Novamente...
Sentei na cama e chamei pelo meu pai. Nada...
Por Nina: nada...
Pelas enfermeiras: nada.
Será que ninguém me escutava? Sentei na cama e percebi que minha roupa era um vestido branco, igual que eu usara no último sonho que eu tive. Apesar de ter estranhado, resolvi me levantar e procurar por alguém.
Saí da cama devagar e procurei pela porta... Mas ela estava trancada. Eu estava confusa, que lugar é esse?
Foi então que eu ouvi o barulho de chaves. O garoto  do meu sonho entrou. E assim que ele entrou, eu vi uma garota idêntica a mim num canto da parede. Ela estava de costas e sentada.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu disse, ao ver ele se aproximando, mas parecia que ele não me via. Pelo contrário, ele continuou andando em direção à garota que estava na parede.
-- Meu anjo... – O garoto falou à menina que estava no canto do quarto. Aquela voz que ficou marcada na minha memória desde meu último sonho. Mas a garota não se importou.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu repeti, e bati no ombro dele. Mas parece que ele não sentiu.
-- Você sabe de toda a verdade então, não é?
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas não queria ficar ali para descobrir. Reparei que a porta havia ficado aberta, e fui correndo para fora... Mas assim que passei a porta, levei um grande choque, e uma luz tão forte que eu fui forçada a fechar os olhos. Quando a luz havia passado, abri os olhos e estava de novo na sala com aqueles dois. E eles ainda não me viam.
Respirei fundo tentando entender o que estava acontecendo ali. A porta continuava aberta e resolvi tentar mais uma vez... Mas a luz forçou-me a fechar os olhos e quando eu os abri novamente estava naquela sala.
Lágrimas já estavam se formando nos meus olhos quando o garoto voltou a falar:
--Olha pra mim, meu anjo...
A garota se virou e então eu vi. A garota era eu. E o garoto era Justin.


            
Acordei assustada numa sala toda branca. Ah, não, de novo! Mas notei que alguém segurava minha mão. Nina. Ela estava dormindo ao meu lado.
(Seu Nome): Nina? – Eu disse, a acordando.
Nina: Ash? Você finalmente acordou!
(Seu Nome): Cadê a porta? – Eu perguntei, ainda assustada.
Nina: A porta? Você ainda não pode ir embora.
(Seu Nome): Eu só quero saber cadê a porta.
Nina: Está ali. – Ela disse, apontando pra uma porta aberta, onde uma enfermeira entrava.
Enfermeira: Que bom que você acordou! – Ela disse. – Como se sente?
(Seu Nome): Tive um pesadelo, mas agora estou bem.
Enfermeira: Que bom! Vou chamar seu pai.
(Seu Nome): E meus curativos? Quando vão tirar?
Enfermeira: Curativos? – Ela perguntou, olhando pra Nina.
Nina: Ash... Seus curativos foram removidos há cinco dias atrás. Você dormiu todo este tempo.

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Oooi! E aí, estão curtindo a IB? Está apenas no começo!
Justin finalmente apareceu o/ Mas ele trouxe junto uma visão... O que será que ela quer dizer? Será que tem relação com o incêndio e o sumiço de Amanda?
Não percam o próximo capítulo: Incomodada