Meus dias pretos e brancos, de repente ficaram
coloridos, como se houvesse pintado um quadro em meus sonhos. Era como se eu
estivesse lá, e ao mesmo tempo não. Enquanto tudo estava colorido, de rosa,
verde, vermelho e demais cores que se possa imaginar, eu estava vestida toda de
branca, com a pulseira que minha mãe me dera no meu pulso. Eu adorava aquela
pulseira e não a tirava para nada. Mas aí chegou um rapaz, e com a mesma
velocidade que meu dia tinha ficado colorido, logo ele estava negro.
A roupa dele era negra, mas eu apenas o enxergava do seu pescoço para baixo,
não revelando seu rosto. Quando ele se aproximou de mim, eu tirei minha
pulseira. Eu entreguei a ele a última lembrança da minha mãe. Eu ainda estava
esperando que ele devolvesse quando ele de repente desapareceu, deixando ecoada
nos meus ouvidos sua voz doce de anjo.
“Me perdoa pelos meus
erros. Eu te amo, não me abandona”.
Três semanas haviam se passado do acidente. Desde
então, minha rotina era sempre a mesma: sonhos, pesadelos... Eu sempre sonhava
que entregava a pulseira que minha mãe me dera... Como se isso fosse possível!
Nunca a entregaria! E tinha mais essa: um estranho em meus sonhos. Um estranho
cujo rosto eu nunca conseguia ver.
Tentei tirar tudo isso da minha cabeça. Tomei um
banho demorado e me arrumei para a escola. Ainda, para ajudar, tinha a droga
das minhas muletas. Isso, por que eu ainda não vi a cicatriz na minha perna.
Edward:
Você pegou tudo?
(Seu
Nome): Tudo sim.
Edward: Não está esquecendo de nada?
(Seu Nome): Ah, sim. – Eu disse beijando seu rosto.
Edward: Bom, isto também... Mas você esqueceu das
muletas.
(Seu Nome):Ah, claro. Não vejo a hora de me livrar
delas.
Edward: Amanhã você não vai mais ter que usá-las.
(Seu Nome): Graças a Deus! – Eu exclamei assim que
sai do carro.
Passei duas semanas me recuperando em casa. Repouso
quase absoluto. Meu pai achou melhor que eu faltasse à escola. Então, esse
seria meu primeiro dia depois do acidente.
Sim, eu estava com medo. Enquanto caminhava pelos
corredores, podia ouvir os cochichos sobre mim. “Como elas conseguiram sair?”,
“Como ela sobreviveu?”, “Por que a perna dela está enfaixada?”... Ah sim, minha
perna. Amanhã eu ainda iria ao hospital para retirar os curativos, as faixas e
abandonar as muletas.
Entrei na minha sala e fiquei surpresa ao descobrir
que havia uma festa em minha homenagem. A sala de aula estava decorada com
balões rosa e havia um bolo de chocolate numa mesa no centro da sala. No canto,
meus colegas seguravam mais balões e tinham máscaras, chapéus e apitos a todo
vapor.
Nina: Bem vinda de volta! Nós sentimos a sua falta.
– Disse Nina, sendo a porta-voz da turma.
Nina havia voltado às aulas uma semana depois do
acidente. Ela havia escapado sem arranhões e o acidente não abalou nem o seu
psicológico.
(seu Nome): Eu tenho os melhores colegas do mundo!
– Disse, abraçando Nina.
Foi então que eu notei aquele cara no canto da
sala. Eu nunca tinha o visto antes e ele usava um capuz deixando mais dificil
qualquer reconhecimento. De fato, ele não queria ser reconhecido.
Nina: Então podemos comer o bolo? – Perguntou Nina.
– É de chocolate.
(Seu Nome): É meu favorito.
Nina: Meu também.
Nina me levou até o centro da sala e eu dei um
abraço em cada um dos meus colegas. Apesar do medo inicial, eu me senti
confortável junto aos meus colegas e amigos.
Amanda: Eu sempre soube que você era estranha. –
Disse Amanda quando chegou a vez dela. – Eu não sei como você escapou,
mas eu vou descobrir. – Ela disse ao meu ouvido. – Ainda assim...
Estou feliz por você. Fiquei preocupada.
(Seu Nome): Obrigada... Eu acho.
Confesso que fiquei meio zonza com a declaração de
Amanda. Como ela consegue me amar e me odiar em uma única frase? O próximo foi
o colega novo.
Foi então que o colega novo chegou à mim. Ele era
loiro, tinhas os olhos cor de ouro, e algo me atraiu a ele naquele instante.
-- Meu nome é Justin.
Ele disse, me oferecendo a mão em cumprimento e
nesse instante eu vi algo. Foi como se o toque ele houvesse me levado para
outra dimensão.
Eu o vi. Era Justin, meu colega, mas ele estava
voando com imensas asas douradas. Ele era um anjo, mas de repente, as asas dele
sumiram e ele caiu entre as nuvens.
Quando voltei a mim, ele havia largado minha mão.
Justin: Está tudo bem?
Fiz que sim com a cabeça e disse que estava apenas
zonza pelo acidente. Mas eu não estava bem. Eu tive uma visão e eu sabia o que
significava: alguém estava em perigo.
Quando
a fila acabou, Nina cortou um pedaço do bolo e o entregou à mim.
Inesperadamente, o sinal de incêndio soou. Logo no
dia em que eu volto...
Professora: Por favor, vamos manter
a calma e usar tudo o que já aprendemos e...
Sério, ninguém mantém a calma quando está com a
vida em risco. Todos começaram a correr assim que puderam. Obviamente, eu fiquei
para trás. Nina foi a primeira a correr, já que estava na porta. Ela foi
seguida por mais três colegas e no fim, quando todos já estavam correndo, pela
professora. Sim, justo que ela que disse para mantermos a calma. E então,
quando dei por mim, o último colega estava saindo.
A fumaça já estava entrando pela porta. Nesta hora
queria abandonar minhas muletas. Joguei-as pra um lado e saí caminhando,
devagar e dolorosamente. Cada passo era como se eu tivesse pisando em brasas, o
que naquela situação era bastante irônico. Quando cheguei no corredor, a fumaça
já era alta. No meio daquilo tudo, observei uma silhueta se aproximar de mim.
Reuni minhas últimas forças – antes que a fumaça me sufocasse – e gritei, na
tentativa que a pessoa me escutasse e me ajudasse. Mas foi em vão. Eu já estava
desmaiando.
Foi então que eu percebi que estava sendo puxada e
estava saindo da fumaça.
-- (Seu Nome)?!
Foi então que eu reconheci a voz...
(Seu Nome): Amanda?
Amanda:Sim. É sim. Eu vim te buscar. Você está bem?
Vamos sair daqui.
Ela me apoiou em seu ombro e fomos caminhando até o
segundo corredor, onde já não havia mais fumaça.
Amanda: Você consegue seguir daqui sozinha? – Ela
perguntou à mim.
(Seu Nome): Consigo. – Eu respondi e me apoiei em
um dos armários. Ela se virou e caminhou em direção à fumaça. – Onde você vai?
Amanda: Preciso ver se tem mais alguém na escola.
(Seu Nome): Você pode se machucar.
Amanda: Acredite em mim. Não vou me machucar.
-- (Seu Nome)?! – Uma voz ao longe procurava
por mim.
(Seu Nome): Estou aqui! – Eu respondi.
Amanda: Eu vou voltar. Preciso ver se tem mais
alguém. – Amanda disse e fez o caminho de volta.
-- (Seu Nome)?! – O som
ficou cada vez mais forte e eu reconheci aquela voz: Nina.
(Seu Nome): Nina?
Nina: (Seu Nome)! – Ela disse, quando me encontrou.
Me deu um longo abraço e me ajudou a caminhar para fora.
Eu estava tossindo pela fumaça que inalei e logo já
estava sendo conduzida à uma ambulância. Fiquei alguns minutos na ambulância,
esperando. Nina chegou alguns minutos depois e me deu um forte abraço.
Nina: Me desculpe. – Ela disse.
(Seu Nome): Pelo o que?
Nina: Eu corri e abandonei você.
(Seu Nome): Você estava tentando se salvar.
Nina: O que é irônico, já que você me salvou há
duas semanas atrás e... E eu não fiz o mesmo por você.
(Seu Nome): Está brincando? Você voltou no
incêncdio por mim e... Eu te salvei há duas semanas atrás?
Nina: Eu tenho que te contar uma coisa. – Ela pegou
minhas mãos e fez um gesto para que eu ficasse calma. – Se você não tivesse
visto o caminhão, eu não...
Não consegui escutar muita coisa... A escuridão me
levou novamente.
Eu abri os olhos eme deparei com um
quarto todo branco. Eu estava em um hospital. Novamente...
Sentei na cama e chamei pelo meu pai. Nada...
Por Nina: nada...
Pelas enfermeiras: nada.
Será que ninguém me escutava? Sentei na cama e
percebi que minha roupa era um vestido branco, igual que eu usara no último
sonho que eu tive. Apesar de ter estranhado, resolvi me levantar e procurar por
alguém.
Saí da cama devagar e procurei pela porta... Mas
ela estava trancada. Eu estava confusa, que lugar é esse?
Foi então que eu ouvi o barulho de chaves. O garoto do
meu sonho entrou. E assim que ele entrou, eu vi uma garota idêntica a mim num
canto da parede. Ela estava de costas e sentada.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu disse, ao ver ele se
aproximando, mas parecia que ele não me via. Pelo contrário, ele continuou
andando em direção à garota que estava na parede.
-- Meu anjo... – O
garoto falou à menina que estava no canto do quarto. Aquela voz que ficou
marcada na minha memória desde meu último sonho. Mas a garota não se importou.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu repeti, e bati no
ombro dele. Mas parece que ele não sentiu.
-- Você sabe de toda a verdade então, não é?
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas não
queria ficar ali para descobrir. Reparei que a porta havia ficado aberta, e fui
correndo para fora... Mas assim que passei a porta, levei um grande choque, e
uma luz tão forte que eu fui forçada a fechar os olhos. Quando a luz havia
passado, abri os olhos e estava de novo na sala com aqueles dois. E eles ainda
não me viam.
Respirei fundo tentando entender o que estava
acontecendo ali. A porta continuava aberta e resolvi tentar mais uma vez... Mas
a luz forçou-me a fechar os olhos e quando eu os abri novamente estava naquela
sala.
Lágrimas já estavam se formando nos meus olhos
quando o garoto voltou a falar:
--Olha pra mim, meu anjo...
A garota se virou e então eu vi. A garota era eu. E o garoto era Justin.
Acordei assustada numa sala toda branca. Ah, não,
de novo! Mas notei que alguém segurava minha mão. Nina. Ela estava dormindo ao
meu lado.
(Seu Nome): Nina? – Eu disse, a acordando.
Nina: Ash? Você finalmente acordou!
(Seu Nome): Cadê a porta? – Eu perguntei, ainda
assustada.
Nina: A porta? Você ainda não pode ir embora.
(Seu Nome): Eu só quero saber cadê a porta.
Nina: Está ali. – Ela disse, apontando pra uma
porta aberta, onde uma enfermeira entrava.
Enfermeira: Que bom que você acordou! – Ela disse.
– Como se sente?
(Seu Nome): Tive um pesadelo, mas agora estou bem.
Enfermeira: Que bom! Vou chamar seu pai.
(Seu Nome): E meus curativos? Quando vão tirar?
Enfermeira: Curativos? – Ela perguntou, olhando pra
Nina.
Nina: Ash... Seus curativos foram removidos há
cinco dias atrás. Você dormiu todo este tempo.
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Oooi! E aí, estão curtindo a IB? Está apenas no começo!
Justin finalmente apareceu o/ Mas ele trouxe junto uma visão... O que será que ela quer dizer? Será que tem relação com o incêndio e o sumiço de Amanda?
Não percam o próximo capítulo: Incomodada
Perfeito
ResponderExcluirAdoreii
Não vejo a hora de ler o próximo capítulo
Ana...
continua....por favor
ResponderExcluirAna...