domingo, 24 de agosto de 2014

Angel of Death - Cap 02/ Brasas


Meus dias pretos e brancos, de repente ficaram coloridos, como se houvesse pintado um quadro em meus sonhos. Era como se eu estivesse lá, e ao mesmo tempo não. Enquanto tudo estava colorido, de rosa, verde, vermelho e demais cores que se possa imaginar, eu estava vestida toda de branca, com a pulseira que minha mãe me dera no meu pulso. Eu adorava aquela pulseira e não a tirava para nada. Mas aí chegou um rapaz, e com a mesma velocidade  que meu dia tinha ficado colorido, logo ele estava negro. A roupa dele era negra, mas eu apenas o enxergava do seu pescoço para baixo, não revelando seu rosto. Quando ele se aproximou de mim, eu tirei minha pulseira. Eu entreguei a ele a última lembrança da minha mãe. Eu ainda estava esperando que ele devolvesse quando ele de repente desapareceu, deixando ecoada nos meus ouvidos sua voz doce de anjo.
Me perdoa pelos meus erros. Eu te amo, não me abandona”.
Três semanas haviam se passado do acidente. Desde então, minha rotina era sempre a mesma: sonhos, pesadelos... Eu sempre sonhava que entregava a pulseira que minha mãe me dera... Como se isso fosse possível! Nunca a entregaria! E tinha mais essa: um estranho em meus sonhos. Um estranho cujo rosto eu nunca conseguia ver.
Tentei tirar tudo isso da minha cabeça. Tomei um banho demorado e me arrumei para a escola. Ainda, para ajudar, tinha a droga das minhas muletas. Isso, por que eu ainda não vi a cicatriz na minha perna.
Edward: Você pegou tudo?
(Seu Nome): Tudo sim.
Edward: Não está esquecendo de nada?
(Seu Nome): Ah, sim. – Eu disse beijando seu rosto.
Edward: Bom, isto também... Mas você esqueceu das muletas.
(Seu Nome):Ah, claro. Não vejo a hora de me livrar delas.
Edward: Amanhã você não vai mais ter que usá-las.
(Seu Nome): Graças a Deus! – Eu exclamei assim que sai do carro.
Passei duas semanas me recuperando em casa. Repouso quase absoluto. Meu pai achou melhor que eu faltasse à escola. Então, esse seria meu primeiro dia depois do acidente.
Sim, eu estava com medo. Enquanto caminhava pelos corredores, podia ouvir os cochichos sobre mim. “Como elas conseguiram sair?”, “Como ela sobreviveu?”, “Por que a perna dela está enfaixada?”... Ah sim, minha perna. Amanhã eu ainda iria ao hospital para retirar os curativos, as faixas e abandonar as muletas.
Entrei na minha sala e fiquei surpresa ao descobrir que havia uma festa em minha homenagem. A sala de aula estava decorada com balões rosa e havia um bolo de chocolate numa mesa no centro da sala. No canto, meus colegas seguravam mais balões e tinham máscaras, chapéus e apitos a todo vapor.
Nina: Bem vinda de volta! Nós sentimos a sua falta. – Disse Nina, sendo a porta-voz da turma.
Nina havia voltado às aulas uma semana depois do acidente. Ela havia escapado sem arranhões e o acidente não abalou nem o seu psicológico.
(seu Nome): Eu tenho os melhores colegas do mundo! – Disse, abraçando Nina.
Foi então que eu notei aquele cara no canto da sala. Eu nunca tinha o visto antes e ele usava um capuz deixando mais dificil qualquer reconhecimento. De fato, ele não queria ser reconhecido.
Nina: Então podemos comer o bolo? – Perguntou Nina. – É de chocolate.
(Seu Nome): É meu favorito.
Nina: Meu também.
Nina me levou até o centro da sala e eu dei um abraço em cada um dos meus colegas. Apesar do medo inicial, eu me senti confortável junto aos meus colegas e amigos.
Amanda: Eu sempre soube que você era estranha. – Disse Amanda quando chegou a vez dela. – Eu não sei como você escapou, mas eu vou descobrir. – Ela disse ao meu ouvido. – Ainda assim... Estou feliz por você. Fiquei preocupada.
(Seu Nome): Obrigada... Eu acho.
Confesso que fiquei meio zonza com a declaração de Amanda. Como ela consegue me amar e me odiar em uma única frase? O próximo foi o colega novo.
Foi então que o colega novo chegou à mim. Ele era loiro, tinhas os olhos cor de ouro, e algo me atraiu a ele naquele instante.
-- Meu nome é Justin.

Ele disse, me oferecendo a mão em cumprimento e nesse instante eu vi algo. Foi como se o toque ele houvesse me levado para outra dimensão.
Eu o vi. Era Justin, meu colega, mas ele estava voando com imensas asas douradas. Ele era um anjo, mas de repente, as asas dele sumiram e ele caiu entre as nuvens.
Quando voltei a mim, ele havia largado minha mão.
Justin: Está tudo bem?
Fiz que sim com a cabeça e disse que estava apenas zonza pelo acidente. Mas eu não estava bem. Eu tive uma visão e eu sabia o que significava: alguém estava em perigo.
 Quando a fila acabou, Nina cortou um pedaço do bolo e o entregou à mim.
Inesperadamente, o sinal de incêndio soou. Logo no dia em que eu volto...
Professora: Por favor, vamos manter a calma e usar tudo o que já aprendemos e...
Sério, ninguém mantém a calma quando está com a vida em risco. Todos começaram a correr assim que puderam. Obviamente, eu fiquei para trás. Nina foi a primeira a correr, já que estava na porta. Ela foi seguida por mais três colegas e no fim, quando todos já estavam correndo, pela professora. Sim, justo que ela que disse para mantermos a calma. E então, quando dei por mim, o último colega estava saindo.
A fumaça já estava entrando pela porta. Nesta hora queria abandonar minhas muletas. Joguei-as pra um lado e saí caminhando, devagar e dolorosamente. Cada passo era como se eu tivesse pisando em brasas, o que naquela situação era bastante irônico. Quando cheguei no corredor, a fumaça já era alta. No meio daquilo tudo, observei uma silhueta se aproximar de mim. Reuni minhas últimas forças – antes que a fumaça me sufocasse – e gritei, na tentativa que a pessoa me escutasse e me ajudasse. Mas foi em vão. Eu já estava desmaiando.
Foi então que eu percebi que estava sendo puxada e estava saindo da fumaça.
-- (Seu Nome)?!
Foi então que eu reconheci a voz...
(Seu Nome): Amanda?
Amanda:Sim. É sim. Eu vim te buscar. Você está bem? Vamos sair daqui.
Ela me apoiou em seu ombro e fomos caminhando até o segundo corredor, onde já não havia mais fumaça.
Amanda: Você consegue seguir daqui sozinha? – Ela perguntou à mim.
(Seu Nome): Consigo. – Eu respondi e me apoiei em um dos armários. Ela se virou e caminhou em direção à fumaça. – Onde você vai?
Amanda: Preciso ver se tem mais alguém na escola.
(Seu Nome): Você pode se machucar.
Amanda: Acredite em mim. Não vou me machucar.
-- (Seu Nome)?! – Uma voz ao longe procurava por mim.
(Seu Nome): Estou aqui! – Eu respondi.
Amanda: Eu vou voltar. Preciso ver se tem mais alguém. – Amanda disse e fez o caminho de volta.
-- (Seu Nome)?! – O som ficou cada vez mais forte e eu reconheci aquela voz: Nina.
(Seu Nome): Nina?
Nina: (Seu Nome)! – Ela disse, quando me encontrou. Me deu um longo abraço e me ajudou a caminhar para fora.
Eu estava tossindo pela fumaça que inalei e logo já estava sendo conduzida à uma ambulância. Fiquei alguns minutos na ambulância, esperando. Nina chegou alguns minutos depois e me deu um forte abraço.
Nina: Me desculpe. – Ela disse.
(Seu Nome): Pelo o que?
Nina: Eu corri e abandonei você.
(Seu Nome): Você estava tentando se salvar.
Nina: O que é irônico, já que você me salvou há duas semanas atrás e... E eu não fiz o mesmo por você.
(Seu Nome): Está brincando? Você voltou no incêncdio por mim e... Eu te salvei há duas semanas atrás?
Nina: Eu tenho que te contar uma coisa. – Ela pegou minhas mãos e fez um gesto para que eu ficasse calma. – Se você não tivesse visto o caminhão, eu não...
Não consegui escutar muita coisa... A escuridão me levou novamente.
Eu abri os olhos  eme deparei com um quarto todo branco. Eu estava em um hospital. Novamente...
Sentei na cama e chamei pelo meu pai. Nada...
Por Nina: nada...
Pelas enfermeiras: nada.
Será que ninguém me escutava? Sentei na cama e percebi que minha roupa era um vestido branco, igual que eu usara no último sonho que eu tive. Apesar de ter estranhado, resolvi me levantar e procurar por alguém.
Saí da cama devagar e procurei pela porta... Mas ela estava trancada. Eu estava confusa, que lugar é esse?
Foi então que eu ouvi o barulho de chaves. O garoto  do meu sonho entrou. E assim que ele entrou, eu vi uma garota idêntica a mim num canto da parede. Ela estava de costas e sentada.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu disse, ao ver ele se aproximando, mas parecia que ele não me via. Pelo contrário, ele continuou andando em direção à garota que estava na parede.
-- Meu anjo... – O garoto falou à menina que estava no canto do quarto. Aquela voz que ficou marcada na minha memória desde meu último sonho. Mas a garota não se importou.
(Seu Nome): Quem é você? – Eu repeti, e bati no ombro dele. Mas parece que ele não sentiu.
-- Você sabe de toda a verdade então, não é?
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas não queria ficar ali para descobrir. Reparei que a porta havia ficado aberta, e fui correndo para fora... Mas assim que passei a porta, levei um grande choque, e uma luz tão forte que eu fui forçada a fechar os olhos. Quando a luz havia passado, abri os olhos e estava de novo na sala com aqueles dois. E eles ainda não me viam.
Respirei fundo tentando entender o que estava acontecendo ali. A porta continuava aberta e resolvi tentar mais uma vez... Mas a luz forçou-me a fechar os olhos e quando eu os abri novamente estava naquela sala.
Lágrimas já estavam se formando nos meus olhos quando o garoto voltou a falar:
--Olha pra mim, meu anjo...
A garota se virou e então eu vi. A garota era eu. E o garoto era Justin.


            
Acordei assustada numa sala toda branca. Ah, não, de novo! Mas notei que alguém segurava minha mão. Nina. Ela estava dormindo ao meu lado.
(Seu Nome): Nina? – Eu disse, a acordando.
Nina: Ash? Você finalmente acordou!
(Seu Nome): Cadê a porta? – Eu perguntei, ainda assustada.
Nina: A porta? Você ainda não pode ir embora.
(Seu Nome): Eu só quero saber cadê a porta.
Nina: Está ali. – Ela disse, apontando pra uma porta aberta, onde uma enfermeira entrava.
Enfermeira: Que bom que você acordou! – Ela disse. – Como se sente?
(Seu Nome): Tive um pesadelo, mas agora estou bem.
Enfermeira: Que bom! Vou chamar seu pai.
(Seu Nome): E meus curativos? Quando vão tirar?
Enfermeira: Curativos? – Ela perguntou, olhando pra Nina.
Nina: Ash... Seus curativos foram removidos há cinco dias atrás. Você dormiu todo este tempo.

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Oooi! E aí, estão curtindo a IB? Está apenas no começo!
Justin finalmente apareceu o/ Mas ele trouxe junto uma visão... O que será que ela quer dizer? Será que tem relação com o incêndio e o sumiço de Amanda?
Não percam o próximo capítulo: Incomodada

2 comentários:

  1. Perfeito
    Adoreii
    Não vejo a hora de ler o próximo capítulo

    Ana...

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  2. continua....por favor

    Ana...

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